quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ebola pode mudar a cor do olho de pacientes ‘curados’

Quando o Ebola começou a atingir em massa os Estados Unidos (o que já fazia com a África há décadas), a doença começou a ganhar os noticiários e a devida atenção de pesquisadores. Entretanto, no começo da epidemia pouco se podia estudar sobre os efeitos a longo prazo do vírus, já que as pessoas que contraíam a doença estavam morrendo aos montes. Entretanto, agora nós já estamos conseguindo descobrir novos efeitos da doença nos sobreviventes do Ebola.
Close-up of very blue eye
Já sabemos, por exemplo, que a doença pode ser transmitida em relações sexuais, já que parte do vírus acaba conseguindo penetrar os testículos de homens infectados. Por conta disso, quem é diagnosticado com a doença é aconselhado a utilizar preservativos por pelo menos três meses, ainda que tenha um companheiro (a) fixo (a).
Alguns sobreviventes do Ebola também acabaram desenvolvendo cegueira, perda de audição, problemas sérios de articulação, dores musculares, dores crônicas na cabeça e fadiga excessiva. Algumas mulheres também apresentaram ausência de menstruação por alguns meses.
Mais curioso ainda é o caso de Ian Crozier’s, um médico que acabou tendo a cor de seu olho modificada de azul para verde, quando o vírus chegou em seus olhos, cerca de dois meses após estar supostamente curado da doença. O médico adquiriu a doença enquanto esteve voluntariando em Serra Leoa, ajudando pacientes infectados. Depois de uma verdadeira guerra contra o vírus, Crozier foi declarado “livre’ da doença em outubro de 2014. Entretanto, dois meses depois ele retornou ao hospital ainda sentido dores e visão embaçada. Foi então que os médicos perceberam, assustados, que o vírus estava se escondendo no seu olho. Entretanto, não havia risco de transmissão, já que o vírus não estava na superfície dos olhos ou em suas lágrimas.
O médico foi diagnosticado com uveíte, uma inflamação no olho que pode causar cegueira. A preocupação deles era que o vírus se expandisse para o olho direito. Sem nenhum protocolo de tratamento para esse tipo de problema, os médicos deram altas doses de prednisona para diminuir a inflamação do olho. Entretanto, a visão continuava piorando. Dez dias depois da aparição dos sintomas, a íris esquerda do médico passou de azul claro para verde claro, mas ainda sem nenhuma melhora nos sintomas. Por isso, seus médicos passaram a experimentar o uso de medicamentos antivirais.
Cerca de uma semana depois, a visão de Crozier começou a melhorar. Eventualmente, ele recuperou sua visão e a cor original do olho, mas isso levou alguns meses. Os médicos ainda não sabem se foi o medicamento ou o sistema imunológico de Crozier que foi responsável pela melhora.